Comercial Inglesa

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Esse país era a Alemanha. Por isso a denominação até os dias de hoje: CALIGRAFIA GÓTICA ALEMÂ.
A Renascença, em toda a sua revolução cultural na Europa, nos séculos passados, fez muito mais do que reverter os estilos artísticos. Em sua fase inicial, foi um movimento de curiosidade intelectual sem limites, ou seja, a marca de uma qualidade humanística. Esta sempre foi uma qualidade, do ser humano predominante nesta revolução cultural.
No século XV, a igreja era incumbida da tarefa de lecionar para o povo em geral. Ela dominava o mestrado das artes, da ciência, enfim do conhecimento em geral. A caligrafia artística foi desenvolvida principalmente pelo clero, na propagação das artes e ciências. Esta é uma das heranças culturais e artísticas da Igreja.
A sociedade medieval dependia das autoridades, da Igreja e do Estado. Mãos foram treinadas e livros foram escritos de acordo com o procedimentos e demandas litúrgicas, administrativas e judiciárias. Como em outras manifestações artísticas a CURIA romana mantinha (e até hoje mantém) um grupo de artistas calígrafos, conhecidos como CHANCELARIA APOSTÓLICA, que emitia todos os documentos do papa, e uma chancelaria menor, encarregada de outros livros e documentos. Em 1431, foi designado um calígrafo especial para o papa Eugênio IV, , para documentos e cartas breves. Era uma caligrafia não elaborada, rápida e sem enfeites, porém muito bonita. Essa caligrafia ficou conhecida como MANUSCRITA CURSIVA, passando a ser um exemplo corrente a partir do século seguinte
Os primeiros trabalhos em formação de letras, usaram letras maiúsculas e foram compilados por entusiasmados admiradores das antigas inscrições em Latim, como Ciriaco de Ancona, que coletou, transcreveu e copiou todos os memoriais, inscrições em lápides de túmulos e inscrições em tábuas de madeira e pedra, que ele pode descobrir.Andrea Mantegna introduziu seus famosos manuscritos em Pádua. Feliciano de Verona, compilou uma coleção de textos a Mantegna. Feliciano também artesanalmente escreveu o mais extenso tratado das variadas formas de caligrafia. Este trabalho está datado de 1463 sendo o primeiro a fornecer diagramas e instruções de formas das letras maiúsculas romanas. O primeiro trabalho impresso, desta espécie é modestamente anônimo e possui uma inscrição em latim:
"IMPRESSUM PARME PER DAMIANUM MOYLLUM, PARMENSEM"
A inscrição pode ser assim traduzida: "Impresso com a permissão e colaboração de Damiano Moille". Como foram achados vários trechos assinados pelo mencionado artista, conclui-se que boa parte da autoria da obra e o alfabeto, são de Moille. Com essa pesquisa pode-se estabelecer a data da obra com alguma precisão: entre 1480 e 1483.
Mais ou menos, na mesma época, o frei e matemático Paciolli, notável como amigo do famoso artista, pesquisador e gênio Leonardo da Vinci, fez um tratado sobre a geometria da construção das letras. Este livro só foi publicado em 1509, porém já existia como belíssimo manuscrito, em época bem anterior.
Em 1514 Fanti de Ferrara, apresentou o primeiro método de ensino das formas geométricas das letras góticas. O título (em latim) do trabalho:
"THEORICA ET PRACTICA PERSPICASSIMI SIGROMUNDI DE FANTIS" (Teoria e prática da perspectiva e geometria ovalada de Fanti).
O título era enorme em comparação com a obra, pois ele apresentou somente as maiúsculas romanas, além de um conjunto de rondes semi-gótica. O trabalho foi útil pois Fanti introduziu essas semi-góticas letras (mais para a forma arredondada-ronde- do que para góticas) , que passaram a ser utilizadas então por calígrafos e monges e especializados nesta área.
Em 1522, Arrighi, um calígrafo de Veneza e assistente da Chancelaria Apostólica, publicou um livro com o primeiro modelo deste trabalho (todas as cópias eram de cartas escritas), era uma belíssima combinação de letras minúsculas, ligeiramente inclinadas, devido à velocidade de escrita, com maiúsculas retas e pequenos adornos em torno das mesmas.
A caligrafia artística e profissional de Arrighi era bem mais ornamentada em comparação com a versão mais popularizada, 50 anos depois. Nesta época , a escrita era mais rápida de modo que a caligrafia cursiva (sem muito adornos), tornou-se mais popular. A forma artística, porem permanecia fortemente enraizada, pois os documentos e cartas imperiais, bem como outras formas escritas, eram de vital importância e grande quantidade.
Com o passar do tempo, o aprimoramento de muitos especialistas e a formação cultural de um maior número de pessoas, pela igreja, a caligrafia foi ganhando mais adeptos. Deixou de ser uma arte pouca coisa mais popular. À educação de muitas pessoas passou a ser responsável pela divulgação da arte e da cultura. Assim, educação era sinônimo de escrita e escrita era sinônimo de caligrafia, por toda educação era transmitida por meios verbais e manuscritos.
Mãos, punhos e braços, passaram a ser exercitados para o trabalho educacional. Desta maneira, a caligrafia não era somente arte e sim uma ferramenta para o aprendizado. Não que o trabalho artístico não fosse tão valorizado , absolutamente. Ele ainda era, porém a cada dia, que eram mais pessoas a escrever no dia a dia.
A escrita foi adquirindo mais velocidade. As penas foram ficando mais finas para que as letras fossem apresentadas de modo claro e mais legível, pois a inclinação das letras devido à velocidade tornava o ato de escrever difícil, com penas para letras mais grossas. Arte e artistas, foram se especializando.
Por volta de 1630, as caligrafias manuscritas, ronde e gótica eram profundamente aplicadas a todos os tipos de trabalhos. A manuscrita cursiva para simples comunicações e educação formal, em estudos. A ronde para documentos e cartas mais elegantes. A gótica para documentos mais formais como proclamações e cartas especiais e cartas do clero. Os livros eram também assim escritos.
Durante o século XVII, a tendência em substituir-se a gótica pela ronde, foi mais acentuada, pois além de mais legível, devido a sua forma menos enfeitada e mais arredondada, era mais rápida na confecção. Essas mudanças entretanto, foram feitas gradualmente. Gerações de mestres recomendavam a caligrafia semi-gótica (depois denominada gótica Italiana), preferencialmente a qualquer outra, tamanho seu prestígio.
No início do século XVIII a ronde francesa , já dominava a sua área, já que a arte francesa em geral, dominava o mundo.
As três caligrafias mais amplamente difundidas depois da ronde eram a italiana e a francesa. As diferenças não eram muito significativas a não ser na largura das letras. Os italianos produziam mais traços angulosos; os franceses arredondavam mais acentuadamente as letras; os holandeses conferiam maior inclinação a sua escrita. Franceses, holandeses e ingleses produziam traços ascendentes com mais laçadas e as maiúsculas em menos elaboradas. Esses eram detalhes diferentes da caligrafia italiana, na qual as maiúsculas eram mais desenhadas e os traços ascendentes sem muitas laçadas. No primeiro caso, temos uma escrita que foi adaptada à necessidade de maior velocidade de trabalho. Sinal este, do tempo do desenvolvimento comercial.
A escrita comercial inglesa (manuscrita comercial) foi muito valorizada com a expansão do comércio inglês. Com esse desenvolvimento comercial, o mercado de navegação tornou-se o mais popular do mundo, oferecendo bons empregos à população nas áreas de contabilidade e controle de embarque de mercadorias. Como podemos observar este foi um dos pontos fundamentais do desenvolvimento da caligrafia cursiva inglesa ou ainda manuscrita comercial.
A caligrafia gótica sobrevivia para ser usada em títulos de livros e documentos. Era a forma artística para tão somente adornar o início de cada apresentação do documento ou texto.

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